Data de publicação 02/03/2018.
Com a atualização da categorização dos municípios que compõem o Mapa do Turismo Brasileiro, realizada pelo Ministério do Turismo, 15 cidades capixabas subiram no ranking devido crescimento econômico apresentado pelo setor, seja por terem aumentado o número de empregos através do turismo, ampliado os estabelecimentos formais de hospedagem ou o fluxo de turistas domésticos e internacionais. Mais hospedagens, mais restaurantes, comerciantes e oferta de serviços cadastrados junto à prefeitura são alguns dos itens levados em consideração.
De qualquer forma, o que chama a atenção, desta vez, são cidades que não estão tradicionalmente na rota dos destinos mais procurados do Espírito Santo aparecerem protagonizando em novas posições do levantamento nacional. Um exemplo de município nem tão esperado nessa lista de acensão é Iconha. A pacata cidade subiu uma categoria no conceito - ela foi para a categoria D - e agora tem acesso a um possível crédito de R$ 150 mil para incrementar ainda mais a infraestrutura que já possui.
Mas o que ela fez para conseguir essa proeza? Para o gerente de Cultura e Turismo do município, Rubens Bossatto Cardoso, o movimento foi maior no último ano e o turismo no Sul do Espírito Santo cresceu internamente. Ele avalia que as festas da cidade também chamaram a atenção de famílias, que passaram a ver o local como um destino alternativo às tradicionalidades do Estado.
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"A Agência de Desenvolvimento Turístico da Região da Costa e da Imigração (Adeturci) ajudou muito. Tivemos mais recursos para fazer campanhas mostrando o que Iconha tem para oferecer e atraímos, principalmente, as famílias. Agora, com esta possibilidade de mais recursos, queremos aumentar as sinalizações turísticas e melhorar o que já temos", alerta.
Rubens enxerga que os empresários também vão se ater mais para essas questões quando observarem que o lucro pode aumentar. "O município quer que eles (os empresários) peguem parte do lucro para investir. Eles vão entender que isso é positivo para eles", corrobora.
Divino de São Lourenço, na região do Caparaó, também subiu para a categoria D e pode contar com mais ajuda federal a partir da última pesquisa do Ministério do Turismo. A chefe do departamento de Turismo da Secretaria de Turismo da cidade, Relva Rodrigues de Carvalho, avalia que o envolvimento da comunidade na organização das festas ajudou muito ao município subir na categoria.
"Todas as festas que acontecem passam por um consenso no Conselho Municipal de Turismo. Então todo mundo concorda com aquilo que é realizado. Além disso, a população muitas vezes participa ativamente do evento", diz.
Para ela, o crescimento do número de pousadas, restaurantes e empreendimento que atraem turistas também foi crescente de 2000 para cá. "Eu mesma percebi esse aumento e fiz um levantamento que comprova que em 2000 era uma pousada na cidade, contra dezenas que já estão funcionando na cidade desde o ano passado. E tem mais: muita gente começou a alugar casas por temporada e até quartos que antes não eram usados. Tudo isso é registrado e monitorado pela prefeitura", completa.
ATRATIVOS
Nessa mesma missão de incrementar o turismo, Iconha também apostou nos eventos menores para atrair o público aos poucos. "Hoje, ainda não temos uma estrutura hoteleira que comporte muita gente. Porém, a cidade chega a receber até 20 mil pessoas em eventos como o Pré-Carnaval, que acontece uma semana antes do carnaval do Rio de Janeiro e São Paulo, a Festa da Polenta de Solidão, da comunidade de Solidão, e algumas festas menores de caráter esportivo, que brindam artistas da própria cidade", finaliza.
Para o gerente de Cultura e Turismo de Iconha, um chamariz e centro de turismo da cidade é o Espaço Cultural de Iconha, local em que são concentrados: museu, galeria de arte e até apresentação de bandas. Por lá, também ficam artesãos da cidade, que expõem seus produtos, inclusive em franquias de mostra de arquitetura e design nacionais.
"E têm as cachoeiras, também. A cidade oferece um roteiro muito bacana das cachoeiras e ele está sendo explorado com atividades ao ar livre, a gastronomia e hospedagens", diz. O gerente conclui que envolvem as cachoeiras também circuitos turísticos que juntam até passeios ecológicos.
Enquanto isso, Divino de São Lourenço conta com uma agenda fixa de eventos que vão do carnaval até festas holísticas. As da folia, por sua vez, são menores e - de novo - tem participação ativa da comunidade, que fica por conta de produzir os atrativos da programação da ocasião.
"Neste ano vai acontecer o 10° Festival Holístico de Artes Cósmicas, com bandas que já produzem o evento desde a primeira edição", pondera.
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